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DA QÜINQUAGÉSIMA TERCEIRA SESSÃO EXTRAORDINÁRIA DA SEXTA SESSÃO LEGISLATIVA
ORDINÁRIA DA NONA LEGISLATURA, EM 14.12.1988.
Aos quatorze dias do mês de dezembro do ano de mil
novecentos e oitenta e oito reuniu-se, na Sala de Sessões do Palácio Aloísio Filho,
a Câmara Municipal de Porto Alegre, em sua Qüinquagésima Terceira Sessão
Extraordinária da Sexta Sessão Legislativa Ordinária da Nona Legislatura. Às
nove horas e cinqüenta e três minutos foi realizada a chamada, sendo respondida
pelos Vereadores Antonio Hohlfeldt, Aranha Filho, Artur Zanella, Brochado da
Rocha, Cleom Guatimozim, Clóvis Brum, Elói Guimarães, Flávio Coulon, Frederico
Barbosa, Gladis Mantelli, Hermes Dutra, Ignácio Neis, Jaques Machado, Jorge
Goularte, Jussara Cony, Lauro Hagemann, Luiz Braz, Mano José, Nereu D’Ávila,
Nilton Comin, Rafael Santos, Raul Casa, Teresinha Irigaray,Valdir Fraga e
Getúlio Brizolla. Constatada a existência de “quorum”, o Sr. Presidente
declarou abertos os trabalhos. A seguir, foi aprovado Requerimento do Ver. Ennio
Terra, solicitando Licença para Tratamento de Saúde no período de quatorze a
vinte e quatro do corrente. Em continuidade, o Sr. Presidente declarou
empossado na Vereança o Ver. Pedro Ruas e, informando que S. Exa. já prestara
compromisso legal nesta Legislatura, ficando dispensado de fazê-lo,
comunicou-lhe que passaria a integrar a Comissão de Finanças e Orçamento. Após,
constatada a existência de “quorum”, foi iniciada a ORDEM DO DIA. Em Discussão
Geral e Votação Secreta, foi aprovado o Projeto de Lei do Executivo nº 143/88,
por vinte e um votos SIM contra três votos NÃO. Ainda, foram aprovadas as
Emendas apostas a este Projeto, de nos 02, por vinte votos SIM
contra quatro votos NÃO; 01, 03 e 04, por dezoito votos SIM contra seis votos
NÃO, tendo sido, estas últimas, votadas em bloco a Requerimento, aprovado, do
Ver. Elói Guimarães e tendo sido, a Emenda de nº 02, votada em destaque por
solicitação da Verª. Gladis Mantelli. O Projeto de Lei do Executivo nº 143/88 e
as Emendas a ele apostas, foram discutidos pelos Vereadores Elói Guimarães,
Artur Zanella e Flávio Coulon e tiveram como escrutinadores, nas suas votações,
os Vereadores Jorge Goularte e Valdir Fraga. Em Discussão Geral e Votação foram
aprovados os Projetos de Resolução nos 54 e 56/88, votados em bloco
a Requerimento, aprovado, do Ver. Artur Zanella; o Projeto de Lei do
Legislativo nº 119/88 e o Projeto de Lei do Executivo nº 135/88, votados em
bloco a Requerimento, aprovado, do Ver. Artur Zanella; o Projeto de Lei do
Legislativo nº 57/88. Em Discussão Geral e Votação esteve o Projeto de Lei do
Legislativo nº 52/88 que, após ter sido discutido pelos Vereadores Pedro Ruas,
Flávio Coulon e Hermes Dutra, deixou de ser votado em face da inexistência de
“quorum”. Durante a Ordem do Dia foram aprovados Requerimentos do Ver. Cleom
Guatimozim, solicitando que o Projeto de Lei do Executivo nº 143/88 seja
dispensado de distribuição em avulsos e interstício para sua Redação Final,
considerando-a aprovada nesta data, e do Ver. Artur Zanella, solicitando alterações
na ordem de votação dos projetos em pauta. Ainda, o Sr. Presidente respondeu
Questões de Ordem do Ver. Clóvis Brum, acerca do Parecer de Comissão Especial
do Projeto de Lei do Executivo nº 15/88; do Ver. Hermes Dutra, acerca do
critério adotado pela Casa para inserção de projetos em pauta; do Ver. Flávio
Coulon, acerca do Parecer conjunto recebido pelo Projeto de Lei do Executivo nº
143/88; dos Vereadores Hermes Dutra e Pedro Ruas, acerca do Projeto de Lei do
Legislativo nº 52/88; do Ver. Clóvis Brum, acerca do “quorum” necessário para
votação. Às doze horas e seis minutos, constatada a inexistência de “quorum”, a
Srª. Presidente levantou os trabalhos, convocando os Senhores Vereadores para a
Sessão Ordinária desta tarde, à hora regimental. Os trabalhos estiveram
suspensos por dezessete minutos, nos termos regimentais. Os trabalhos foram
presididos pelos Vereadores Brochado da Rocha, Gladis Mantelli e Mano José e
foram secretariados pelos Vereadores Gladis Mantelli e Mano José. Do que eu,
Gladis Mantelli, 1ª Secretária, determinei fosse lavrada a presente Ata que,
após distribuída em avulsos e aprovada, será assinada pelo Senhor Presidente e
por mim.
O SR. PRESIDENTE: Estão abertos os trabalhos da presente Sessão.
O SR. CLÓVIS BRUM (Questão de Ordem): Sr. Presidente, gostaria que fosse devidamente
registrada nas notas taquigráficas esta Questão de Ordem, que se refere ao
Processo nº 2437 – Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 015/88, que fixa
valores para as tarifas de esgoto previstas no art. 40 da Lei Complementar nº
170, de 31.12.87 e dá outras providências. A questão de Ordem é a seguinte, Sr.
Presidente, finalmente: em primeiro lugar, este Vereador e o Ver. Nilton Comin
integram a Comissão Especial designada para analisar esta matéria e nem este
Vereador e nem o Ver. Nilton Comin foram convidados para participar de qualquer
reunião, nem a que elegeu o Presidente, nem a que designou o Relator e nem para
analisar a matéria. Considerando isso, Sr. Presidente, chega às minhas mãos
para assinar um Parecer do nobre Ver. Mano José, Relator da matéria. Parecer
exaustivo, pelo que se vê, em três laudas. Mas como a matéria trata de aumentar
o esgoto, as tarifas do esgoto em Porto Alegre, eu solicito à Presidência da
Casa que examine qual o procedimento, sob pena de eu ter que pedir vistas do
Processo. Mas não o faço porque seria no âmbito da Comissão, mas deixo
registrado, Sr. Presidente, que está sendo aqui, me parece, votado no âmbito da
Comissão Especial. Como não participei de nenhuma reunião e como esta matéria é
muito séria, hoje se paga em Porto Alegre 80% de taxa de esgoto sobre o volume
da água consumida em cada economia da Capital, eu chamo a atenção da
Presidência da Casa, porque nem o Ver. Nilton Comin, nem este Vereador vai
assinar esse Parecer, mas nós queremos vistas par analisar.
O SR. PRESIDENTE: Vereador, a Presidência responde a V. Exa., o seguinte: claro que a
Presidência não tem gerência nas Comissões, salvo se houver alguma coisa
irregular das Comissões. O segundo capítulo, quando V. Exa. colocava a
complexidade da matéria, V. Exa. enfatizava a complexidade da matéria. Como foi
facultado a esta Presidência a possibilidade de ler este Processo, a
Presidência subscreve a ponderação de V. Exa. É matéria de altíssima
complexidade. A exigüidade de tempo de exame disto é muito grande e a
Presidência da Casa entende que matéria deste teor deveria ser discutida 24
horas. Não se inclina, por isto, a Presidência da Casa, de forma alguma, para
colocar na Ordem do Dia deste ano. É muito complexo. Li atentamente o Projeto a
que V. Exa. se refere, e não está nas cogitações...
O SR. CLÓVIS BRUM (Questão de Ordem): Na folha nº 4 do relatório do Ver. Mano José, onde se
colhem as assinaturas dos integrantes da Comissão, fiz por escrito a
solicitação de vistas do referente Processo.
A SRA. SECRETÁRIA: Sobre a mesa, Requerimento do Ver. Ennio Terra, solicitando
afastamento para tratamento de saúde, conforme atestado médico anexo. A matéria
é legal e regimental, tem mérito. Pela aprovação.
O SR. PRESIDENTE (Brochado da Rocha): Em votação. Os Srs. Vereadores que o aprovam
permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
O SR. HERMES DUTRA (Questão de Ordem): Estranhei o Parecer dizendo que tem mérito.
A SRA. SECRETÁRIA: O mérito está em que o Sr. Ver. Ennio Terra se encontra acamado.
O SR. PRESIDENTE: O mérito está em ele se recolher.
O SR. HERMES DUTRA (Questão de Ordem): Confesso que nunca tinha ouvido isto.
O SR. PRESIDENTE: A Mesa declara empossado o suplente, Ver. Pedro Ruas, que ocupará a
Comissão que o Ver. Ennio Terra ocupa, ou seja, a Comissão de Finanças.
O SR. HERMES DUTRA (Questão de Ordem): Só queria indagar da Mesa o seguinte: há projetos de
permuta de imóveis com parecer favorável em todas as Comissões, alguns com mais
de ano tramitando nesta Casa, e parece que tem sapo enterrado em relação a
estes tais projetos, porque eles não vão à votação. Dei-me ao trabalho até
mesmo, Sr. Presidente, de requerer o art. 44 para um deles, porque não tenho
mais condições de enxergar a pessoa, porque não tenho desculpas para dar. O
negócio é legal, é honesto, tem todas as comprovações. Eu não sei mais o que
dizer às pessoas na rua. Pergunto a V. Exa.: como a Casa encerra os trabalhos
legislativos amanhã, qual é o critério de prioridade para colocar estes e não
colocar outros? Por que uns são mais iguais?
O SR. PRESIDENTE: A Mesa tem a seguinte orientação: 1º) No dia de amanhã haverá votação.
A Mesa perguntará às Lideranças quais os projetos que deve colocar na Mesa
amanhã. Ademais, na Câmara de Vereadores, Ver. Hermes Dutra, há dois momentos,
há este momento de amanhã e há o segundo momento, que a Mesa expõe às
Lideranças. A Mesa terá um contato com S. Exa., o Sr. Prefeito Municipal, que
irá convocar a Câmara Municipal de Vereadores de Porto Alegre, de vez que há várias
matérias de origem tributária que precisam ser votadas. Terão que ser votadas
ainda no decurso deste ano porque não podem ser votadas no ano vindouro, para
viger, por isso serão colocadas em votação. De tal sorte que V. Exa. poderá
também incluir alguns projetos.
O SR. HERMES DUTRA: Fica até um pouco constrangedor, Sr. Presidente, solicitar que se
incluam matérias que estão aptas a serem votadas. E há uma outra questão que
gostaria que V. Exa. levasse em consideração e não aguardasse comunicação com
as Lideranças porque é difícil reunir as Lideranças da Casa, é que a maioria
dos Vereadores da Casa não vão voltar o ano que vem, e há projeto de interesse
pessoal dos Vereadores que gostariam de vê-los votados ainda nesta Sessão. O
Ver. Artur Zanella me lembra que não é interesse pessoal, que para mim é
desnecessário, dado que todos os projetos nesta Casa não são do interesse
pessoal da pessoa do Vereador. Pessoal por ser de sua lavra, de sua autoria,
por conter a sua assinatura. É este aspecto que gostaria de colocar a V. Exa.
O SR. PRESIDENTE: Mas é isso que a Mesa está abrindo e facultando a V. Exa. que a Mesa
fará isso, Sr. Vereador. Passa-se à
ORDEM DO DIA
DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO SECRETA
PROC.
2476/88 – PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 143/88, que altera dispositivos da Lei nº 6.151, de 13 de
julho de 1988, e dá outras providências. Com Emenda. Urgência.
Parecer
Conjunto:
-
da CJR, CUTHAB, CFO e CEC. Relator-Geral, Ver. Elói Guimarães: pela aprovação do Projeto
e das Emendas nos 01 e 02.
O SR. FLÁVIO COULON (Questão de Ordem): Sr. Presidente, tendo em vista que se trata de um
Projeto que altera o Plano Classificado de Cargos, pediria que o Relator da
Comissão Especial fizesse a gentileza de explicar o que é este Projeto e suas
Emendas.
O SR. PRESIDENTE: Não estão nos anexos o Relatório e o Parecer Conjunto?
O SR. FLÁVIO COULON: Estão, mas não assinei nem este Parecer, nem tenho conhecimento dele.
O SR. PRESIDENTE: A Mesa solicita ao Ver. Elói Guimarães, Relator-Geral, que faça
resposta ao Ver. Flávio Coulon. A Mesa pede que se inscrevam junto à Secretaria
da Mesa.
O SR. ARTUR ZANELLA: Como eu pretendo ouvir a
explanação do Ver. Elói Guimarães, peço que a minha inscrição que já havia sido
feita, seja remanejada para depois da intervenção do Ver. Elói Guimarães.
O SR. ARTUR ZANELLA (Questão de Ordem): Normalmente não discuto este tipo de assunto, mas,
ontem, havia uma sugestão para que, hoje pela manhã, fossem votados os projetos
dos professores e os outros onde não haveria divergência. Existem, porém, aqui,
dois projetos que imagino haja divergências ou estão fora do contexto: o
Projeto do Ver. Isaac Ainhorn que denomina Praça Não-Territorial um logradouro
público e que tem um parecer vencido, é verdade, com o voto isolado do Ver.
Werner Becker que diz ser absolutamente ilegal o Projeto; o outro é o Projeto
do Ver. Pedro Ruas, que não está dentro dos critérios levantados ontem, que
seriam somente os projetos de nomes de ruas, cidadãos eméritos e outros de
utilidade.
Solicito, portanto, que esse Projeto 864/88 seja votado junto com os
outros hoje à tarde.
O SR.
PRESIDENTE:
Parece-me que deveria haver um entendimento, se o Plenário assim entender, para
que seja votado em último lugar, na Sessão de hoje. Em segundo lugar, como
havia dois Projetos do Ver. Pedro Ruas, agora é o nome próprio. À Mesa pareceu
consensual o que está consubstanciado neste anexo, não estando o outro.
O SR. ARTUR ZANELLA (Questão de Ordem): Como tenho uns cinco Projetos a serem votados hoje,
eu creio que também seria beneficiado com o critério. Então, a minha sugestão,
o meu Requerimento, é que os Processos nº 0864/88 e nº 0491/88, este meu
Requerimento, sejam retirados da Sessão Extraordinária e colocados na Sessão
Ordinária, à tarde.
O SR. PEDRO RUAS (Questão de Ordem): Com todo respeito à posição
do Ver. Artur Zanella, na reunião de ontem, da qual este Vereador participou e
o Ver. Zanella também, foi consenso de que este Projeto entraria pela manhã,
inclusive com uma posição favorável do Ver. Zanella.
O SR. ARTUR ZANELLA: Eu acho que há um equívoco.
Eu disse que quanto a esse Projeto não havia nada contra, não para incluir na
Extraordinária. A minha sugestão continua sendo nomes de ruas, homenagens e
também aqueles relativos à utilidade pública, que parece, pelo que vejo, não há
nenhum ali.
O SR. PEDRO RUAS: Entendo, então, que esse Projeto, até por
que já recebeu manifestação favorável da maioria dos membros desta Casa, me
parece que não vai ser um Projeto polêmico e tem todas as condições de integrar
esta Extraordinária da manhã. Obrigado.
O SR.
PRESIDENTE:
Neste momento a Mesa não pode colocar em votação, porque não há “quorum”. Há
“quorum” somente para discussão.
Para discutir, Ver. Elói Guimarães.
O SR.
ELÓI GUIMARÃES: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, a Administração Municipal, como é de
todos conhecido, provocou reclassificação de cargos em diversas áreas do
funcionalismo. Assim procedeu com o Departamento Municipal de Limpeza Urbana,
com o DMAE e com o Magistério Municipal. E quando, ainda este ano, a Casa
discutiu e deliberou a respeito da Lei 6.151/88, que é a Lei que instituiu o
Plano Classificado do Magistério Público Municipal. Tendo o Sr. Prefeito
Municipal encaminhado à Casa o Plano Classificado de Cargos para a
Administração Centralizada, imprescindível se tornou que se mandasse uma Lei -
e é ora objeto de discussão – adaptando-se as normas gerais estabelecidas no
Plano Classificado de Cargos da Administração Centralizada. Eis a razão básica,
fundamental, do presente Projeto de Lei. Portanto, Sr. Presidente e Srs. Vereadores,
a filosofia esposada no Projeto da Administração Centralizada se amplia para o
Magistério Municipal. Nós diríamos, rapidamente, que nada mais é do que
aplicar-se o princípio isonômico ao Magistério Municipal. Com isto, o Projeto
do Executivo Municipal altera o parágrafo primeiro do art. 26, introduzindo o
que dispõe o referido Projeto, que são alterações de progressão para o
Magistério. Neste sentido, como houve uma pequena falha no encaminhamento,
fez-se necessário que se emendasse a referida matéria e isto se dá através de
duas Emendas que, de forma inequívoca, estabelecem também aquele princÍpio
fundamental já estabelecido no Plano Classificado de Cargos, que é a aplicação
do percentual inflacionário para correção bimestral dos salários no Plano do
Magistério. É matéria de absoluta simplicidade, porque, se compulsarmos o
artigo alterado, ali, de forma inequívoca, está fixada a alteração que
estabelece a aplicação dos valores, e a proporção com base nos referenciais
estabelecidos. A tabela de pagamentos e as Emendas acrescentam, exatamente, o
que faltava ao Projeto, ou seja, para que tenham aplicação em janeiro, com base
no referencial estabelecido para o funcionalismo de um modo geral. Então, se
trata, Sr. Presidente e Srs. Vereadores, de uma matéria sem nenhuma
complexidade, já devidamente instruída, e em condições de ser votada. Nesse
sentido, não manifestamos nada a mais, a não ser a necessidade técnica e a
justiça na aprovação do presente Projeto, bem como das Emendas a ele acostadas,
posto que se trata de estabelecer a justiça, na medida em que se pratica a
isonomia. Muito obrigado
(Não revisto pelo
orador.)
O SR.
PRESIDENTE:
Pela ordem, Ver. Artur Zanella.
O SR.
ARTUR ZANELLA: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, mais um projeto que concede recuperação
aos funcionários e que terá o meu apoio. Mas, estou aditando a esse Projeto,
informo à Mesa e aos Srs. Vereadores, uma Emenda ao Projeto de Lei que está
vindo para esta Casa, que transforma em OTN o IPTU, para então dar um benefício
complementado, porque já que o ICM acompanha a inflação, isto é, acompanha a
OTN, e o IPTU também acompanhará a OTN, urge que ocorram duas coisas: primeiro,
deflacionar o cálculo feito para o IPTU. Ouvi, hoje, atentamente, o novo
Prefeito Deputado Olívio Dutra me dizendo que tem problemas nos primeiros meses
e por isso preconiza que os impostos sigam a OTN e que pretende baixar a
correção de 600 para 400%, em grandes números. Evidentemente isto dará um lucro
fantástico para a Prefeitura porque nos 3, 4 primeiros meses, a defasagem, a
diminuição já será coberta e então a parte final será lucro da Prefeitura.
Então, votando o Projeto favoravelmente, já informo que não se preocupem
os Srs. Vereadores, que quando da discussão e votação do Projeto que transforma
o IPTU em OTN será apresentada emenda supressiva que é para evitar o Veto,
transformando os salários dos funcionários também para OTN, porque as receitas
serão em OTN e evidentemente as despesas deverão seguir o mesmo critério.
Então, tranqüilizem-se os professores que o Projeto ao menos
aparentemente será aprovado e futuramente por OTN.
O Sr.
Hermes Dutra: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) O Sindicato dos
Municipários se manifestou em relação a este Projeto?
O SR.
ARTUR ZANELLA: O Sindicato dos Municipários não vi, aqui, mas li uma entrevista da
senhora presidente do Sindicato dos Municipários, Ana Lúcia D’Ângelo, que tinha
ficado eufórica com a aprovação do Plano de Carreira. Aquele mesmo Plano de
Carreira que ela pedia que nós não votássemos, que o Projeto era lesivo e que
foi aprovado por 27 votos a 01, nesta Casa. Ela diz que está eufórica com a
aprovação do Plano de Carreira. E mais, ainda, coloca nos jornais que foi a
pedido dela que o Ver. Antonio Hohlfeldt – que não está aqui nesse momento –
retirou a emenda que dava o aumento em duas etapas. O que demonstra, mais uma
vez, a ligação deste Sindicato com o Partido que comandará a Prefeitura o ano
que vem, o que eu acho que pessoalmente não haverá nenhum problema, mas acho
que como entidade isso aí é muito triste.
O Sr.
Hermes Dutra: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Artur Zanella,
isso mostra a quem o Sindicato está a serviço, porque no mesmo jornal eu li
também que o Sindicato foi pedir ao Sr. Tarso Genro a retirada da Emenda porque
politicamente ficava mal. Acho que os funcionários municipais têm que começar
abrirem os olhos.
O SR. ARTUR ZANELLA: Acho que todas as pessoas
podem ter o seu partido político, acho que devem atuar politicamente em todos
os lugares, menos nas entidades representativas ou de funcionários, de
economistas, etc. Acho que não fica bem e não fica bem também esta
justificativa de que aquilo que era considerado como a salvação do Plano de
Carreira, que era o pagamento em duas etapas, tenha sido retirado depois porque
ficava mal politicamente. Quer dizer que agora se aprovou porque fica bem
politicamente.
Então, o Veto é favorável e pretendemos, como já disse...
O Sr.
Hermes Dutra: É que eu estou bastante irritado com a ação do Sindicato, porque a Emenda
sabidamente iria ser derrotada nesta Casa, a maioria dos Vereadores já tinham
se manifestado contra a Emenda. Pois, o Sindicato dos Municipários teve a
“cara-de-pau” e a falta de educação e a má ação política de impedir que os
Vereadores fizessem um ato benéfico aos funcionários. Foi correndo mostrar
serviço ao PT. Isso foi o que me deixou indignado, Vereador.
O SR. ARTUR ZANELLA: Bem, eu como não me irrito
mais com nada, para mim tudo bem! Só quero que os Srs. Vereadores reflitam sobre isso, a nossa platéia
reflita sobre isso, sobre quem, afinal de contas, está defendendo os
funcionários nesta Cidade e quem, afinal de contas, nos corredores, pede que
não votemos o Plano de Carreira dos Municipários e depois vai para os jornais
dizer que foi uma grande vitória, como aconteceu com o DEMHAB, a mesma coisa,
pois foi lá a Sra. Presidente – por sinal até pessoalmente gosto muito dela –
dizer que aquilo era uma beleza, o Plano do DEMHAB, quando na realidade foi
pedir para rejeitá-lo.
Então, Sr. Presidente e Srs. Vereadores, antes de eu encerrar, que se
tranqüilizem as senhoras professoras, que o Projeto, apesar dos problemas, será
aprovado e futuramente teremos os funcionários municipais recebendo por OTNs
assim como o Sr. Olívio Dutra deseja que os impostos desta Cidade sejam pagos
também por OTNs. Sou grato.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Mano José): Damos conhecimento ao Plenário de uma Emenda que chega
neste instante, de autoria do Ver. Jorge Goularte ao PLE nº 143/88, Proc.
2476/88.
A palavra
com o Ver. Flávio Coulon.
O SR. FLÁVIO COULON: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, neste verdadeiro festival de trem da
alegria que esta Casa está patrocinando neste final de Legislatura, venho à
tribuna para me manifestar contrário a este Projeto. E por ser a votação
secreta, é bom que minha posição seja colocada da tribuna para que todos tomem
conhecimento. Até por uma questão de justiça, pois tantas barbaridades já foram
aprovadas nos outros planos, não tem por que deixar o Plano do Magistério de fora.
Fui autor de Emendas que eram contra o teor deste art. 3º, que diz que depois
de 25 anos, ao se aposentarem, os servidores passam para referência máxima da
classe. Sou contrário a isto. No máximo nós poderemos que ele passasse para a
referência imediatamente superior, a exemplo do que ocorre com os militares,
por exemplo, que eu também não sei por que, ao se aposentarem, ainda ganham
mais uma vantagem. Então, ao me rebelar ainda admito que suba uma classe, agora
ir para o máximo, eu nunca vi disso. Acho isso uma imoralidade. Em segundo
lugar, sempre fiz emendas contra essas mudanças de referencia de A para B,
depois de seis anos de serviço prestado ao Município e justifiquei, porque essa
mesma vantagem já foi obtida em 1985, e agora então é a mesma vantagem
duplicada. Por outro lado, eu não entendo o porquê da Emenda 02 do Ver. Cleom
Guatimozim, que nesse Projeto modifica a redação desses itens 1, 2, 3 de
mudança de referência, quando nos outros Projetos que passaram aqui de Plano de
Cargo ele não fez essa Emenda. Então, nós vamos ficar sempre nesse jogo.
Aprova-se um Plano de Carreira, no seguinte se aprova uma Emenda, agora todos
que já foram aprovados tem que se adaptar a essa Emenda que vai ser aprovada
agora, e nós vamos ficar o resto da vida aprovando Emendas de última hora
feitas aqui não se sabe com que critério. Em terceiro lugar, eu peço desculpas,
aos especialistas, aos professores. Aliás, essa Emenda 3 é até de minha
autoria, que assegura ao Servidor. Minha autoria, não. Primeiro do Ver. Hermes Dutra
e depois do Plano de Carreira do Município. Foi uma Emenda que eu copiei do
Ver. Hermes Dutra, que assegurando o RDE depois de dois anos ao funcionário.
Agora eu peço desculpas aos professores especialistas em educação em relação a
essa Emenda do Ver. Jorge Goularte. Eu sei que o Ver. Jorge Goularte aqui está
simplesmente adaptando a esse Projeto uma Emenda do Ver. Clóvis Brum, que foi
aprovada aqui no Plano do Município. Aliás, era uma coisa muito gozada a
aprovação dessa Emenda, a número 01 retirava dos Procuradores aquela
barbaridade que eles tiveram aqui.
Essa Emenda
01 foi rejeitada e vários Vereadores correram lá para se abraçar aos
Procuradores. E embutida nesta Emenda veio esse aumento, assim, de repente, sem
qualquer estudo técnico, sem absolutamente nada, sem saber se a Prefeitura
suporta ou não suporta, sem saber se é justo ou se não é justo. Nada. Foi dada
uma gratificação equivalente a um vencimento básico inicial para os técnicos de
nível superior. Aqui, na hora, se faz uma Emenda. Quantos técnicos de nível
superior tem aí? Tem 30 técnicos superior para bater palmas, então vamos fazer
uma Emenda e vamos dar mais um vencimento básico de gratificação. E foi
aprovado. E todo o mundo se confraternizou com os 30 que estavam aí. Desse
jeito, com este tipo de demagogia, nós não vamos - o funcionalismo público não
vai, o ganho é ilusório. Tenho dito isso há mais de um ano aqui desta tribuna.
Não tem arrecadação municipal que cumpra esta irresponsabilidade de se aprovar
coisas aqui que não tem base, que não tem fundamento. De se aprovar coisa aqui
para complicar a vida do futuro Prefeito, seja ele de qualquer Partido. E é
assim que as coisas se aprovam aqui nesta Casa, neste final. Quanto mais se
puder fazer para inviabilizar os primeiros tempos da futura administração para
jogar o funcionalismo contra a futura administração, mais se fará aqui. E até
estou admirado que não tenham entrado mais Emendas aqui com gratificações para
os cozinheiros, para os jardineiros, para os merendeiros, como a gratificação
especial para os professores dos CIEMs, e assim por diante. Então, deixo bem
claro, vou votar contra este Projeto por uma questão de coerência, mesmo
sabendo, ele vai ser aprovado, sabendo de que se trata simplesmente estender o
vagão, abrir mais um vagão, agora no Plano do Magistério, que merece. Todos
levaram. Por que o Magistério não vai levar? Mas por uma questão de coerência,
como apresentei Emendas exatamente contra isso nos outros Planos, em todos os
outros, uma dessas Emendas foi aprovada no Plano do DMAE, o Prefeito não vetou,
e depois nos outros Planos elas renasceram e foram novamente aprovadas aqui,
porque também tem disso aqui nesta Casa. Antes das eleições de 15 de novembro
votava-se contra uma Emenda, depois de 15 de novembro a mesma Emenda que a
Bancada do PDT votou a favor, passaram a votar contra e vice-versa. Mudaram de
opinião. É muito justo, se pode mudar de opinião, agora a mesma Emenda com a
mesma redação a Bancada do PDT aprova, o Prefeito não veta a Emenda, aceita a
Emenda antes das eleições e depois das eleições a mesma Bancada rejeita a
Emenda. É assim que se faz política com o dinheiro do povo nesta Casa e nesta
Cidade. Muito obrigado.
(Não revisto pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE: Próximo orador inscrito é o Ver. Getúlio Brizolla, que cede seu tempo
ao Ver. Elói Guimarães.
O SR. ELÓI GUIMARÃES: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, não esperava ouvir
num final de Legislatura do Professor Flávio Coulon, professor da Universidade,
o que ouvimos aqui perante integrantes do Magistério Municipal. Nós temos
sustentado que ao longo do tempo que está na Educação e a Educação passa,
necessariamente pelo professor, que está na Educação a salvação do País. Esta,
me parece, é uma tese indiscutível, aceita pelo menos na área dos educadores.
Se não tiver respaldo em outros setores de opinião pública pelo menos na área
dos educadores esta tese é aceita, de que nós precisamos investir forte,
concretamente, na questão da educação. Qual é o equipamento primordial,
fundamental, na educação, senão o mestre? É exatamente pela mão do professor e
da professora que se molda o futuro na Nação. Pela mão do professor e da
professora passamos todos. E é na razão direta da mão do professor e da
professora que teremos formada a Nação do amanhã. Então, não faz bem ouvir,
como ouvimos, uma manifestação desse teor, partindo de um bom professor, como é
o Ver. Flávio Coulon, da nossa Universidade. Ele sabe, por exemplo, que o
funcionário, ao se aposentar, leva dois avanços. Nada mais do que adaptar essa
disposição. Já é uma conquista assegurada. Poderíamos, então, propor as Emendas
que propomos e deixar o Plano do Magistério desalinhavado do Plano da
Administração Centralizada? Não. Seria uma omissão imperdoável, sim, da Casa,
com as diligências que lhe correspondem em aplicar o princípio para todas as
áreas da Administração. Há Emendas aqui que se deram na razão da aprovação de
matérias nesta Casa, como é a do Ver. Jorge Goularte, que, de imediato, demos o
Parecer favorável, uma vez que aplica um princípio defendido pela Casa e
deliberado por esta mesma Casa. É uma mera aplicação do princípio geral. Agora,
uma coisa é bom que se diga: esses Projetos de classificação de cargos da
Administração Centralizada e do Magistério chegaram na Casa antes do dia 15 de
novembro, quando não se sabia quem seria o futuro Prefeito. Isso isenta de
qualquer vício os presentes Projetos. Não conhecíamos o dirigente futuro da
Cidade. Esse é um argumento que saneia qualquer dificuldade que se pudesse ter.
Antes do dia 15 de novembro não se sabia que vinha para esta Casa e já estavam
aqui os Projetos Classificados de cargos. Mas, por que não melhorar a situação
do funcionalismo que teve uma defasagem ao longo desses anos? Era uma crítica
procedente que fazia o Ver. Flávio Coulon. O Ver. Flávio Coulon foi um daqueles
que diversas vezes esteve na tribuna, pedindo justiça ao funcionalismo, que se
corrigisse a defasagem existente; pois, quando se objetiva as condições para se
diminuir essa defasagem, o Ver. Flávio Coulon veio para a tribuna tentar fazer uma
intriga com o futuro Prefeito, Ver. Antonio Hohlfeldt, que nós estamos aqui a
votar matéria a fim de criar problemas à futura administração. Isso não é
verdade: pelo contrário, nós estamos, isto sim, vejam bem, estamos ajudando a
futura administração, porque entregaremos à futura administração a área do
funcionalismo absolutamente pacificada; não terão um ideal, porque as condições
financeiras, econômicas não permitem. Mas terá o Prefeito Olívio Dutra, Ver.
Antonio Hohlfeldt, uma situação de absoluta estabilidade para administrar a
Cidade, e não se administra a Cidade sem a máquina administrativa, sem os
funcionários.
Então, o
que dizia no início da discussão, nós de forma pretenderíamos criar situações
de dificuldades à futura administração, porque dizíamos, sim, não votar o Plano
seria criar as condições objetivas para que o funcionalismo fosse à greve. E,
nós não queremos greve, a não ser como recurso democrático, de forma extrema,
evidentemente. Se nós quiséssemos, Ver. Flávio Coulon, criar problemas à futura
administração, nós faríamos o seguinte: negávamos o Plano, não votaríamos o
Plano, não votaríamos as Emendas, não faríamos justiça o funcionalismo e
jogaríamos o funcionalismo para cima do futuro Prefeito. E, aí sim, nós
estaríamos criando uma situação de dificuldades ao futuro Prefeito. Quando não
entregamos à futura administração com as suas pretensões razoavelmente
atendidas, o que estamos, isto sim, desempenhando de forma cívica o papel que
nos corresponde: o de auxiliar a administração futura do Município.
Evidentemente que estranhamos, Sr. Presidente e Srs. Vereadores, atitudes no
curso de toda esta discussão. Vejam bem, a direção do Sindicato que não teve
nenhum cuidado em mudar radicalmente a sua postura, e isto está nos Anais da
consciência e na memória do funcionalismo, num determinado momento, mudou
sectariamente de comportamento. Quem pedia aprovação de tudo e por tudo,
alterou totalmente seu comportamento e, sequer, Sr. Presidente e Srs.
Vereadores, apresentou alternativas a não ser como: deixa para o ano que vem.
Ora, sabendo que a Casa só se reúne a partir de março, como é que nós
haveríamos de segurar matéria que faz justiça, que estabelece eqüidade para
votar só em abril ou maio do ano que vem? Então, isto está na memória do
funcionalismo. Até porque votar o Plano Classificado e o do Magistério, as
alterações procedidas, nada mais é, nada mais significa do que estender
justiça. Então, fica aqui, Sr. Presidente e Srs. Vereadores, a nossa
manifestação para dizer que não há fundamento nenhum que, com responsabilidade,
possa bloquear a iniciativa que viemos de tomar, no sentido de votar esta
matéria agora.
Nada mais
são a presente alteração e as Emendas do que a aplicação equânime ao que foi
conferido e deferido aos funcionários da Administração Centralizada.
O Sr. Flávio Coulon: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.)
V. Exa. diz as coisas e não fica nem um pouco vermelho e eu até sou obrigado a
falar. Em primeiro lugar, eu não sou do PT e acho até estranho que o Ver.
Hohlfeldt não venha agradecer a atuação do Prefeito Alceu Collares em deixar o
funcionalismo absolutamente pacificado, feliz, conforme V. Exa. diz. Em segundo
lugar, ninguém nunca foi contra o Plano de Carreira, como V. Exa. deu a
entender aí. O que nós postulamos e sempre brigamos aqui foi com relação a
alguns aspectos do Plano de Carreira e algumas Emendas que transformam o Plano
de Carreira num trem. A terceira coisa que tenho a dizer é repetir o que tenho
dito: quanto mais eu ouço a linha ideológica do PDT, mais eu me convenço de
que, realmente, o candidato da direita, no ano que vem, vai ser o Dr. Leonel
Brizola, porque é visível nas palavras da direita sempre a intenção de atingir
o Sindicato dos Municipários, por exemplo. Na realidade, o Sindicato dos Municipários
pode ter uma atuação, em alguns momentos, até criticável, mas essa intenção,
essa renovação todos os dias, nesta tribuna, em relação ao Sindicato dos
Municipários, como se ele fosse apenas a cabeça da professora que,
eventualmente, o dirige, e não fosse, realmente, um órgão representativo, isso
aí é o jogo da direita, aquele velho jogo, que nós vamos, a partir do ano que
vem, ver exacerbado aqui, neste País, infelizmente. Era isto que eu gostaria de
deixar claro.
O SR. ELÓI GUIMARÃES: Eu acolho o aparte de V. Exa., mas eu nunca mencionei
o nome da professora, eu sempre me dirigi à entidade, sempre falei em AMPA, em
Sindicato, porque é visível a alteração de conduta, sim. Isso aí é público! Mas
V. Exa. dizer que o Governador Brizola é um homem de direita, eu não sei,
então, como é que fica o Partido de V. Exa. Ele vai ser o Presidente da
República, quer V. Exa. e o seu Partido queiram ou não, é, indiscutivelmente, o
futuro Presidente deste País, para fazer aquilo que não nos permitiram fazer no
passado, que foram as reformas de base. Por ter tentado as reformas de base, é
que o Governador Leonel Brizola, um dos maiores líderes da América, foi expulso
de dois países: do Brasil e do Uruguai. Veja V. Exa. que imensa liderança a
deste homem, que foi Governador de dois Estados e é, hoje, o franco favorito à
Presidência da República: é o povo que se manifesta.
Sabe o Ver.
Flávio Coulon que o Governador Brizola é um homem de bem, que representa as
aspirações maiores do povo brasileiro. Muito
obrigado.
(Não revisto pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE: Suspende-se a Sessão por 10 minutos, para que o Relator possa dar o
Parecer em duas Emendas.
(Suspende-se a
Sessão às 10h51min.)
A SRA. PRESIDENTE
(Gladis Mantelli – às 11h09min): Solicito ao Sr. 2º Secretário que proceda à chamada
nominal dos Srs. Vereadores para a verificação de “quorum”
O SR. 2º SECRETÁRIO: Vinte e três Vereadores responderam à chamada, Srª. Presidente.
A SRA. PRESIDENTE: Há “quorum”. Encerrada a discussão. Em votação, o Projeto com ressalva
das Emendas. Convido os Srs. Vereadores Jorge Goularte e Valdir Fraga para
escrutinadores, uma vez que a votação é secreta.
Solicito ao
Sr. Secretário que proceda à chamada nominal dos Srs. Vereadores para a votação
do Projeto.
O SR. SECRETÁRIO: (Após proceder à chamada.) Votaram 24 Srs. Vereadores, Srª.
Presidente.
(É
procedido o escrutínio.)
A SRA. PRESIDENTE: APROVADO o PLE nº 143, por
21 votos SIM contra 03 votos NÃO.
O SR. ELÓI GUIMARÃES: Sra. Presidente, requeiro à Mesa que sejam colocadas
à votação em bloco as Emendas que têm Parecer favorável.
A SRA. PRESIDENTE: Nobre
Vereador, todas as Emendas têm Parecer favorável, só que alguns Vereadores e
esta Vereadora, inclusive, desejam votar contrário a algumas Emendas, então,
solicitaria destaque e acabaríamos votando em separado.
Em votação
o Requerimento do Ver. Elói Guimarães. Os Srs. Vereadores que o aprovam
permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
Como esta
Vereadora que está presidindo os trabalhos solicitou destaque à Emenda nº 02.
Votaremos primeiro a Emenda nº 02.
Em votação
a Emenda nº 02, solicito ao Sr. Secretário que proceda à chamada nominal dos
Srs. Vereadores para a votação.
O SR. SECRETÁRIO: (Após proceder à chamada.) Votaram 24 Srs. Vereadores, Sra.
Presidente.
(É
procedido o escrutínio.)
A SRA. PRESIDENTE: APROVADA a Emenda nº 02, por 20 votos SIM contra 04 votos NÃO.
Em votação
as Emendas nos 01, 03 e 04. Solicito ao Sr. Secretário que proceda à
chamada nominal dos Srs. Vereadores para a votação.
O SR. SECRETÁRIO: (Após proceder à chamada.) Votaram 24 Srs. Vereadores, Sra.
Presidente.
(É
procedido o escrutínio.)
A SRA. PRESIDENTE: APROVADAS as Emendas nos 01,
03 e 04, por 18 votos SIM contra 06
votos NÃO.
Há um
Requerimento assinado pelo Ver. Artur Zanella, que solicita que os próximos
processos, que vamos discutir e votar, obedeçam à seguinte ordem: 1º - em
bloco, os Projetos que dão denominação a ruas, com exceção do Processo 491/88,
que é polêmico; 2º - Os processos que concedam títulos honoríficos; 3º - Os
Processos que consideram entidades de utilidade pública e, 4º - Os demais
Processos em votação nominal pela ordem que seguem.
Em
votação...
O SR. PEDRO RUAS (Questão de Ordem): Sra. Presidente, pergunto, já que, por falha minha,
não ouvi, em que ordem ficou a votação do Projeto 864/88?
A SRA. PRESIDENTE: Logo após os em bloco. Na realidade são apenas dois
blocos. Depois, seguiremos a ordem do espelho.
Se os
Vereadores concordarem com a proposição do Ver. Artur Zanella, permaneçam como
estão. (Pausa.) APROVADO.
Já que o
Requerimento do Ver. Artur Zanella foi aprovado, começaremos, em bloco, a
votação dos Processos.
DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO
PROC.
2269/88 – PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 054/88,
da Verª Teresinha Irigaray, que concede o título honorífico de Cidadão Emérito
aos irmãos Arthur e Hermínio Dallegrave.
Pareceres:
- da CJR. Relator, Ver. Luiz Braz: pela aprovação; e
- da CEC. Relatora, Verª Bernadete Vidal: pela aprovação.
PROC.
2303/88 – PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 056/88,
do Ver. Martim Aranha Filho, que concede o título honorífico de Cidadão Emérito
ao Sr. Ubirajara Lauermann.
Pareceres:
- da CJR. Relator, Ver. Luiz Braz: pela aprovação; e
- da CEC. Relatora, Verª Bernadete Vidal: pela aprovação.
A SRA. PRESIDENTE: Em discussão os Projetos de Resolução nos
054 e 056. (Pausa.) Encerrada a discussão. Em votação. (Pausa.) Os Srs.
Vereadores que os aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADOS.
PROC.
1619/88 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 119/88, da Verª Gladis Mantelli, que declara de utilidade
pública a Associação Professor Edmilson Morais Pereira.
Pareceres:
- da CJR. Relator, Ver. Werner Becker: pela aprovação; e
- da CEC. Relator, Ver. Adão Eliseu: pela aprovação.
PROC.
2430/88 – PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 135/88, que declara de utilidade pública a Estância da Poesia
Crioula.
Pareceres:
- da CJR. Relator, Ver. Luiz Braz: pela aprovação; e
- da CEC. Relator, Ver. Mano José: pela aprovação.
A SRA. PRESIDENTE: Em discussão
os Projetos nº 119/88, do Legislativo, e nº 135/88, do Executivo. (Pausa.)
Encerrada a discussão. Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que os aprovam
permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADOS.
PROC.
0880/88 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 057/88, do Ver. Isaac Ainhorn, que dá o nome de Moysés
Vellinho ao Arquivo Histórico de Porto Alegre.
Pareceres:
- da CJR. Relator, Ver. Werner Becker: pela aprovação;
- da CEC. Relatora, Verª Gladis Mantelli: pela aprovação.
A SRA. PRESIDENTE: Em discussão.
(Pausa.) Encerrada a discussão. Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o
aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
PROC.
0864/88 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 052/88, do Ver. Pedro Ruas, que institui, na rede de ensino
municipal de 1º Grau, a disciplina “Direitos Humanos” e dá outras providências.
Pareceres:
- da CJR. Relator, Ver. Luiz Braz: pela aprovação;
- da CFO, CUTHAB e CEC. Sem parecer.
Obs.:
- Incluído na Ordem do Dia por força do
art. 44 da Lei Orgânica Municipal.
A SRA. PRESIDENTE: Para discutir,
Ver. Pedro Ruas.
O SR. PEDRO RUAS: Sra. Presidente e Srs. Vereadores, venho à tribuna apenas para dizer
que este Projeto visa, a pedido do Movimento de Justiça e Direitos Humanos e a
pedido da Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil, a
implantar na rede de ensino municipal a disciplina de Direitos Humanos. E a
votação desse Projeto se dá, justamente, no momento em que o mundo inteiro
comemora a passagem dos 40 Anos da Declaração Universal dos Direitos Humanos. E
Porto Alegre tem, a partir deste momento, não só a oportunidade de se engajar
nessas comemorações, como já o fez, mas, acima de tudo, partir para uma medida
concreta, de caráter prático, que nos coloque, Capital do Rio Grande do Sul, na
condição de pioneiros nesse tipo de ensino, na rede pública municipal. Entendo,
portanto, Sra. Presidente e Srs.Vereadores, que a votação favorável a esse
Projeto se impõe e agradeço as manifestações favoráveis nesse sentido. Muito obrigado.
(Não revisto pelo
orador.)
A SRA. PRESIDENTE: Para discutir,
Ver. Flávio Coulon.
O SR. FLÁVIO COULON: Sra. Presidente e Srs. Vereadores, venho a esta tribuna para
justificar o meu voto contrário ao Projeto do Ver. Pedro Ruas, por incrível que
pareça. Entendo que esta matéria tem a maior relevância e entendo que, desde o
primário, os estudantes devem ter, até como princípios básicos de ensino, os
Direitos Humanos. Mas sempre, nesta Casa, que um Vereador apresentou um
Projeto, via Legislativo, colocando no currículo de escolas determinadas
disciplinas, sempre que fui relator e sempre que votei, alertei de que o
sentido não é esse, o caminho não é esse. Não é o Vereador inventar, por melhor
que sejam suas boas intenções, uma disciplina e, via Legislativo, embutir essa
disciplina dentro de um currículo de ensino. Currículo de ensino é uma coisa
muito importante. É uma coisa que é estudada, elaborada ao longo dos anos. É
uma filosofia toda de ensino. E ela tem as suas razões. Então, não posso
entender como é que o Legislativo pode se sobrepor a aspectos de elaboração
técnica de currículos, que devem evidentemente incluir esta disciplina, mas
está havendo uma inversão no caminho das coisas. E isto abre perspectivas de
que qualquer Vereador aprove, nesta Casa, qualquer tipo de disciplina. Se
formos ver, teremos, por exemplo, o Ver. Frederico Barbosa com noções de
trânsito sobre a violência, e deve haver outras disciplinas que andaram sendo
compostas aqui. Então, eu acho meritória a intenção do Ver. Pedro Ruas. Ela vem
apoiada por setores importantes da nossa sociedade. Não há como negar o apoio
da OAB, da Comissão de Direitos Humanos, mas o caminho destas entidades não é o
Legislativo.Vai me dizer o Ver. Pedro Ruas que isto é uma questão política. Não
me parece que seja uma questão política. Parece-me que é uma questão política
no âmbito da Secretaria Municipal de Educação e Cultura que, dentro de uma
visão global, de um plano de ensino global para nossas crianças, terá que
necessariamente propor aos professores que incluam estas noções de Direito
Humano. Agora, de cima para baixo, eu não quero pactuar com isto, através do
meu voto. De modo que eu justifico desta maneira, para que as coisas fiquem
registradas e para que não haja mal-entendidos a respeito do meu voto contrário
à sua proposição.
O Sr.
Pedro Ruas: V. Exa. permite um
aparte? (Assentimento do orador.) Nobre Ver. Flávio Coulon, com todo respeito à
posição de V. Exa., como de resto respeito V. Exa. como excelente Vereador que
sempre foi, digo-lhe que a proposta não foi de cima para baixo. Recentemente,
houve em Porto Alegre - e isto consta da Exposição de Motivos do Projeto – o I
Seminário de Educação para os Direitos Humanos nas Escolas, promovido pelo
Movimento de Justiça e Direitos Humanos, na época presidido pelo companheiro
Jair Krischke, e que concluiu, assim como já havia sido feito este Seminário em
vários outros países, que o ensino deveria se iniciar no lº Grau e que deveria
necessariamente passar por uma disciplina obrigatória, nas escolas em que fosse
possível. Após o Seminário, nós tivemos a oportunidade de perguntar aos
dirigentes se haveria interesse que esse Projeto fosse apresentado em Porto
Alegre, e eles manifestaram, não só a vontade, como também elaboraram o próprio
Projeto, em conjunto com a Comissão de Direitos Humanos da OAB, e pediram o
Parecer de vários professores, que aqui estavam, do Rio, São Paulo, Minas, e dois
do Ceará, juntamente com dois especialistas da Espanha, onde essa disciplina já
está implantada, e todo o estudo foi favorável ao Projeto. Por isso, Vereador,
respeitando a posição de V. Exa., digo que não é de cima para baixo, ele vem
embasado e como conclusão de uma série de estudos que nos levaram a
apresentação do mesmo. Obrigado.
A Sra. Jussara Cony: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) Tenho como certo,
assim como V. Exa., quanto ao mérito do Projeto do Ver. Antonio Hohlfeldt, pelo
que ele representa no processo da modificação de consciências, rumo à
liberdade, à democracia e a tudo que ainda temos que conquistar no nosso País.
E o processo de educação, sem dúvida nenhuma, representa decisivamente nesse
sentido. O próprio relato, que acabou de fazer o Ver. Pedro Ruas, demonstra que
cabe sim, e é nesse sentido que apelo a V. Exa., para reformular, pois cabe sim
a um Legislativo, pelo menos no nosso entender, ser expressão dos anseios
populares. É uma maneira de retomarmos, aos poucos, e dessa maneira, as
prerrogativas que, ao longo do tempo, foram tiradas dos Legislativos
brasileiros. Então, é nesse sentido, até pelo relato que acaba de fazer o Ver.
Ruas, autor do Projeto, altamente meritório, que apelo à sensibilidade de V.
Exa., porque tenho absoluta convicção de que ao aprovarmos esse tipo de
projeto, não estaremos fazendo, nada mais, nada menos, do que sermos aqui, no
Legislativo, a expressão dos anseios populares. Obrigada.
O Sr. Mano José: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Coulon, a
política educacional, em alguns Municípios do Estado do Rio Grande do Sul, é
ditada por Conselhos Municipais de Educação, e nos Municípios onde o Conselho
não existe, é o Conselho Estadual de Educação. Ora, não vejo como a Casa
aprovar um Projeto dessa natureza, não pelo mérito, que apóio o conteúdo do
Projeto, mas em forma de indicação ao Governo do Estado e dirigida ao Conselho
Estadual de Educação, onde a nossa colega Gladis Mantelli é um dos membros do
Conselho Estadual de Educação. Estaríamos, então, encaminhando corretamente a
proposição e tenho certeza que por unanimidade da Casa a Casa aprovará a
indicação do nobre Ver. Pedro Ruas, mas Projeto de Lei não dá para aprovar
porque é contrário à Lei maior de Diretrizes e Bases.
O Sr. Pedro Ruas: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) Em relação ao que
coloca o nobre Ver. Mano José, não há dúvida de que há instâncias para
estabelecimento dos currículos escolares e todas estas foram respeitadas. O
nosso estudo foi justamente com relação a esta possibilidade e teve Parecer
favorável inclusive da Casa porque, no nível do ensino superior, a legislação
federal define todas as cadeiras que comporão cada curso superior, o nível do
ensino secundário também e também abre-se aí a brecha para a opção do Estado. E
no nível das escolas municipais existe a relação das disciplinas obrigatórias e
a margem - e é onde entra o Projeto - para o estabelecimento de disciplinas que
o Município entenda relevante, assim como existe nas escolas particulares a
margem para o estabelecimento que estas escolas entendam importante, como por
exemplo, em algumas escolas, religião, etc. Então, em relação à legislação, não
há nenhum problema, Vereador, tanto é que foi este o Parecer que nós obtivemos aqui
da própria Casa. E com relação ao mérito, o próprio Ver. Mano José, e eu
respeito a posição dele, reconhece que nós temos, neste momento, a faculdade de
legislar em cima daquilo que tão debatido foi e que tão importante é para a
nossa sociedade.
O SR. FLÁVIO COULON: Bem, eu volto a reafirmar que eu concordo integralmente com o mérito
da matéria. Agora, Vereador, eu fico, como professor inserido neste contexto de
ensino, eu fico preocupado como as coisas têm que ser viabilizadas via
Legislativo. E veja V. Exa., se nós tivermos um Congresso Internacional sobre
AIDS aqui em Porto Alegre, com várias organizações mundiais, certamente haverá
uma moção assinada por todos os organismos internacionais, propondo a criação
de uma disciplina que hoje é absolutamente importante, de prevenção de AIDS, se
nós tivermos um Congresso Internacional sobre Câncer, nas suas mais variadas
formas de prevenção, certamente surgirá uma Moção de que devemos ensinar.
Então, a coisa não pode ser assim segmentada e pinçada. Os tempos estão
mudando, há necessidade de outro ponto de vista. Parece-me que a disciplina de
Religião, por exemplo, que enfoca um aspecto de algo que não perpassa por toda
a sociedade, e uma disciplina que desse noções de direitos humanos, educação de
trânsito, prevenção de AIDS, primeiros socorros, seria mais adequada à
realidade. Mas é um processo que demanda tempo; não pode alguém, de repente,
colocar no currículo escolar uma determinada disciplina ignorando as demais.
Muito obrigado.
(Não revisto pelo
orador.)
A SRA. PRESIDENTE: Palavra com o Ver. Hermes Dutra.
O SR. HERMES DUTRA: Sra. Presidente e Srs. Vereadores, há mais tempo pedi a opinião da
minha esposa, que é professora, sobre um projeto de autoria do Ver. Adão
Eliseu, se não me falha a memória, que votarei favoravelmente. Perguntei o que
ela achava sobre a inclusão da disciplina “Folclore” nas escolas. Sua resposta
foi: “Vocês têm o mau hábito de fazer as coisas sem ir à sala de aula”.
Posteriormente, quando veio o Projeto do Ver. Pedro Ruas, fiz a mesma pergunta
e ela me deu a mesma resposta. Omiti, entretanto, o nome do Ver. Pedro Ruas,
pois temos um bom relacionamento e ela poderia se trair ao dar a resposta. Mas
votarei favoravelmente, como votei o do Ver. Adão Eliseu. A questão é que
deveríamos, na verdade, pois a medida em que o Legislativo retoma suas
prerrogativas, ele retoma as responsabilidades. Então, quando o Ver. Flávio
Coulon falou na questão da religião - esta nem daria para mexer porque está na
Constituição, a nova Constituição mandou colocar a religião. Mas, em relação ao
Projeto de V. Exa. deveria - claro, V. Exa. não fez e nem poderia fazer porque
não é praxe, não é comum, V. Exa. não é uma superpessoa a ponto de poder inovar
hoje o que poderá ocorrer daqui 5 ou 6 anos - o Legislativo discutir a
preferência do currículo ao invés de discutir, sei lá, eu confesso que não sou
muito chegado às lides de ensino atualmente, mas ao invés de discutir moral e
cívica, por exemplo, vamos discutir trânsito, que é uma matéria
importantíssima, direitos humanos ou folclore, quero dizer, o Legislativo
assumir a responsabilidade da opção para surtir efeito prático a questão. O que
vai acontecer com o Projeto de V. Exa., que contará com o meu voto, vai ser o
seguinte: se o Prefeito não vetá-lo, por que ele vetou o Projeto do Ver.
Frederico Barbosa, alegando que era contrário ao interesse público, ele poderia
vetar por sua inconstitucionalidade, que seria até lógico, mas jamais por
interesse público. Admitindo que ele não vete, porque sendo do PDT parece que
ele tem óculos de grau, vamos admitir que ele não vete, o que vai acontecer se
continuar, ele vai terminar esbarrando num setor que vai determinar que vão
tirar o quê para colocar Direitos Humanos? Porque o Projeto foi omisso neste
aspecto. Não estou criticando V. Exa. por esta omissão porque é comum este tipo
de projeto, porque, talvez, como eu disse, por falta do exercício das
prerrogativas do Legislativo. Nós ainda não nos acostumamos a este hábito da
responsabilidade, então o ideal seria que tivéssemos feito um seminário com
professores, não um seminário das pessoas que lutam pelos direitos humanos, com
a presença de professores, ao inverso, com pedagogos, pessoas ligadas à
educação, com a presença de pessoas ligadas à luta dos direitos humanos e ali discutirmos
as necessidades de colocação, que obviamente acho que haveria concordância
geral e, segundo, em termos pedagógicos, vamos colocá-la onde e como, precisa
tirar ou não, e trabalhar nesta área, acho que aí o Projeto teria condições de
ser operacionalizado, que a minha grande dúvida é a sua operacionalização, como
foi do Ver. Adão Eliseu, não será operacionalizada, infelizmente.
O Sr. Pedro Ruas: Permite um aparte,
Vereador? (Assentimento do orador.) Esse tipo de dúvida com relação à inserção
da matéria da disciplina, ela foi dirimida com base na Legislação, e foi
estabelecida a carga horária de 34 horas-aula por ano, ou seja, um período
semanal, que é, segundo a lei determina, a carga horária normal para uma
disciplina desse tipo e a forma viável dela ser aceita nos currículos
escolares. Muito obrigado, Vereador.
O SR. HERMES DUTRA: Mas Ver. Pedro Ruas, acho que V. Exa. não me entendeu. Eu não quis
dizer que a falha foi nesse ponto. Eu quis dizer foi o seguinte: é que hoje os
alunos não têm 34 horas-aula vagas. Não têm. Eles têm preenchidas. Terão de
tirar 34 horas-aula de alguma outra. É isso que eu disse.
O Sr. Pedro Ruas: Ou acrescentar.
O SR. HERMES DUTRA: Aí aumentaríamos o horário dos professores, é talvez até uma opção.
Mas eu acho que aí até V. Exa. vai pelo caminho mais difícil. Eu acho que o
ideal seria, precedido por um seminário com pessoas especializadas na educação,
assessorado pelo pessoal da área dos Direitos Humanos, fazer a substituição. Eu
acho que nós temos que assumir este ônus, se nós queremos que se ensine
Direitos Humanos, tem que se tirar 36 horas de Matemática, ou 36 horas de outra
matéria qualquer, mas deveríamos fazer isto aí. Por que aí acho que estaríamos
dando uma medida prática, eminentemente prática, que possibilitaria a
operacionalização. Vou votar favorável com essas restrições e confesso a V.
Exa. que acho que dificilmente será operacionalizada esta idéia de V. Exa. Eu
acho uma idéia muito boa. Muito obrigado.
(Não revisto pelo
orador.)
A SRA. PRESIDENTE: Sr. 2º Secretário, solicito que V. Exa. faça a
verificação de “quorum” para podermos votar o Projeto.
(O Sr. 2º
Secretário procede à chamada nominal dos Srs. Vereadores.)
A SRA. PRESIDENTE: Quatorze Srs. Vereadores responderam a chamada. Não
há “quorum” para a Ordem do Dia. Liderança com o PL, Ver. Jorge Goularte.
O SR. CLÓVIS BRUM (Questão de Ordem): Não tendo “quorum” na Ordem do Dia, levanta-se os
trabalhos nos termos regimentais, Sra. Presidente.
A SRA. PRESIDENTE: Exato. Só que o Vereador estava alegando um acordo de
Liderança que existe na Casa.
O SR. CLÓVIS BRUM: Não, na Ordem do Dia.
O SR. JORGE GOULARTE: Após a Ordem do Dia.
A SRA. PRESIDENTE: Faltando “quorum”, realmente o Regimento Interno é
claríssimo, diz que os trabalhos tem que ser encerrados.
O SR. PEDRO RUAS (Questão de Ordem): Não foi feita a segunda chamada. E há Vereadores que
chegaram durante a chamada, Ver. Ignácio Neis, Ver. Antonio Hohlfeldt, o Ver.
Flávio Coulon, por exemplo, não estava na primeira chamada.
A SRA. PRESIDENTE: O Ver. Ignácio Neis foi computado, nobre Vereador.
Não há
“quorum” para a continuidade da Ordem do Dia.
(Levanta-se a Sessão às 12h06min.)
* * * * *